ESPIRITISMO A CIÊNCIA E OS AMIMAIS
Muito
frequentemente quando você começa a falar sobre gentileza com os animais,
alguém comenta que crianças famintas e maltratadas deveriam vir em primeiro
lugar. A questão não pode ser vista dessa forma. Não se trata de uma escolha
entre crianças e animais. Temos obrigação de cuidar de ambos. Gentileza é o que
importa. Crianças e animais são nossa responsabilidade. Minnie Pearl
Queremos novamente,
como é um trabalho de estudo, destacarmos aqui uma citação de outro filósofo,
Voltaire, a título de reflexão sobre o assunto que trataremos a seguir sobre :
A alma dos animais.
” Os filósofos
dizem-me: Não vos enganeis, o homem é inteiramente diferente dos outros
animais, tem uma alma espiritual e imortal (…). Escuto esses mestres e lhes
respondo, sempre desconfiando de mim mesmo, mas nem por isso confiando neles.
Se o homem tem uma alma, tal como assegurais, devo crer que este cão e esta
toupeira têm uma semelhante. Todos me juram que não. Pergunto-lhes qual a
diferença que existe entre este cão e eles. Uns respondem este cão é uma forma
substancial; outros me dizem: Não acrediteis nisso, as formas substanciais são
quimeras; este cão é uma máquina como uma manivela. Pergunto ainda aos
inventores das formas substanciais o que entendem por essa expressão, e como só
me respondem com galimatias, volto-me para os inventores das manivelas e lhes
digo: se estes animais são puras maquinas, certamente sereis em comparação com
eles, apenas como um relógio de repetição em comparação com a manivela que
falais; ou, se tendes a honra de possuir uma alma espiritual, os animais terão
uma também, pois são tudo o que vós sois. Possuem os mesmos órgãos com os quais
tendes sensações, e se não lhes servirem para a mesma finalidade, dando-lhes
tais órgãos Deus terá feito uma obra inútil.(...) Mas de acordo com
vossa própria opinião, Deus nada faz em vão. Escolhei, portanto: ou
atribuís uma alma espiritual a uma pulga, a um verme, a um bicho do queijo, ou
sois autômato como eles. (…) Portanto, esses órgãos dos sentidos são dados
apenas para o sentimento, donde se conclui que os animais sentem como nós e,
assim, só um excesso de vaidade ridícula pode levar os homens a se atribuírem
uma alma de uma espécie diferente daquela que anima os brutos.”(Voltaire)
Algumas pessoas,
até bem pouco tempo atrás, ficaram maravilhas com a “des-coberta” da alma
animal; surgiram livros e livros desvelando as verdades da alma animal e ainda
assim alguns ainda acreditaram que essa alma , assim como uma gota d’água,
desaparecesse na imensidão da Luz Divina, tal como a pequena gota que se junta
ao mar. Mas aceitamos que a alma animal existe e tal como a do homem, não
desaparece, mas fica aos cuidados dos mentores encarregados de seu reencarne,
os irmãos zoófilos.Está, tal como tantas outras palavras, acabou perdendo seu
sentido principal, e acabou perecendo nos lábios humanos. Porém, a palavra
grega nos traz a lembrança de seu primeiro conceito Zôo(animais), Filo, de
filosofia( amigo de, amante de), aquele que gosta de, no caso da filo-sofia,
amante da sabedoria, ou aquele que gosta da sabedoria e no caso do Zoófilo,
aquele que é Amigo, que gosta de animais.
Sobre os animais:
597. Se os
animais têm uma inteligência que lhes dá uma certa liberdade de ação, há neles
um princípio independente da matéria?
R. Sim, e que
sobrevive ao corpo.
Tal como nós os
animais sobrevivem à morte do corpo, é certo que a parte mais importante para
nós é o lado espiritual, porém quando encarnados necessitamos cuidar do corpo
que usamos para poder evoluir, o mesmo ocorre com os animais, não nos basta a
preocupação com suas almas eternas se não respeitarmos seus corpos quando
caminham ao nosso lado, tão materiais e sensíveis a dor quanto os nossos. Agora
sabemos que eles possuem um princípio inteligente que vem de Deus, que são
nossos irmãos, o que nos falta para mudar em relação a eles?
597-a) - Será
esse princípio uma alma semelhante à do homem?
R. “É também uma
alma, se quiserdes, dependendo isto do sentido que se der a esta palavra. É,
porém, inferior à do homem. Há entre a alma dos animais e a do homem distância
equivalente à que medeia entre a alma do homem e Deus.”
Como entender a
resposta a partir do princípio que reconhecemos que Deus é pura bondade, de que
Deus é amor e que estamos distante Dele o mesmo que os animais estão de nós,
qual será a nossa atitude diante disso? Seremos o que optarmos, é claro, e
optamos sempre pelo mais fácil, ou seja, sermos tiranos daqueles que
acreditamos que sejam nossos inferiores. Se, na escala da reposta, os animais
estão para nós como nós estamos para Deus, nos vemos também como seres
inferiores diante Dele, no entanto Ele nos trata com carinho e amor de Pai. Inferioridade
não é sinal verde para que o ser em questão seja maltratado ou ultrajado. Sem
usar a desculpa de que somos seres em aprendizado - para muitos seremos
eternamente seres em aprendizagem, isso claro, senão começarmos a nos modificar
agora enfrentando nossos medos e ideologias -, o que somos nós para os animais
senão deuses, na escala que o próprio espírito nos forneceu ao citar a
distância que medeia nossas almas, transportando para nossos ombros humanos
essa imensa responsabilidade?
E que tipo de deuses
nós somos para os animais?
Verdugos cruéis que
não respeitam sua “inferioridade”, inferioridade que nós lhe impomos baseada em
nossa visão de nós mesmos, ou realmente deuses de amor e compaixão?
598. A alma
dos animais conserva, após a morte, sua individualidade e a consciência de si
mesma?
R. Sua
individualidade, sim, mas não a consciência de seu eu. A vida inteligente
continua no estado latente.
Estudos: Estudos
nos mostram que muitos animais se reconhecem diante de espelhos, o que
significa consciência de si mesmo. Durante uma palestra sobre a senciência
animal, a Dra. Irvênia Prada referiu-se a um experimento realizado com
chimpanzés. Os mesmos foram dopados, maquiados, fitas foram colocadas em suas
cabeças, seus corpos foram marcados com tinta e foi aguardado que acordassem.
Um a um eles acordaram e ao se olharem nos espelhos começaram a tirar as fitas
e a limpar as marcas feitas em suas caras, marcas essas que eles só podiam ver
através do espelho. Noutro experimento, fizeram uma pequena mancha numa fêmea
de elefante e a colocaram de frente a um espelho, com a tromba ela alcançou o
lugar da pintura a fim de limpá-lo. Seria possível que seres que se reconhecem
enquanto encarnados, ao desencarnar perdessem a capacidade de se auto
reconhecer quando no lado espiritual? Lembrando que nossa evolução é feita de
cada passo de nosso aprendizado, que nada é perdido e todas as experiências é
que nos impulsionam adiante e, além de tudo , não apenas nós evoluímos, toda a
Terra evolui; como então o animal desencarnado poderia perder a consciência de
si, já conquistada no plano material? Esse exercício de lógica pode nos mostrar
que : não, o animal não perde a consciência de sua existência, diferentemente
dos seres humanos ele não sabe onde está ou porque ali está, mas se mantém ,
até ser preparado para a próxima reencarnação, como o ser que se reconhecia
quando encarnado, doutro modo seria ele como a gota de água no oceano,
irreconhecível para os demais e para si mesma. A consciência que ele perde é o
adormecimento – perda da consciência ativa- no qual é muitas vezes colocado até
o próximo reencarne, apenas isso, e não a consciência de tudo que aprendeu
enquanto encarnado
599. A alma
dos animais tem a escolha de encarnar em um animal em vez de outro?
R. Não; ela
não tem o livre-arbítrio.
Simplesmente por
estarem em um grau de evolução onde os mais capacitados sabem o que vai lhes
ser melhor, muitas vezes não encarnam os humanos sem poder também escolher suas
lutas, mais por imposição do que por escolha, porque sabem os espíritos
superiores a necessidade de cada um?
Referência Bibliográficas
Alan Kardec – Livros dos Espíritos
Voltaire – Dicionário Filosófico
Simone Nardi
Redação do Informativo Irmãos Menores Animais
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