sábado, 13 de julho de 2013

Espiritismo Ciência e os animais

                          ESPIRITISMO A CIÊNCIA E OS AMIMAIS

Muito frequentemente quando você começa a falar sobre gentileza com os animais, alguém comenta que crianças famintas e maltratadas deveriam vir em primeiro lugar. A questão não pode ser vista dessa forma. Não se trata de uma escolha entre crianças e animais. Temos obrigação de cuidar de ambos. Gentileza é o que importa. Crianças e animais são nossa responsabilidade. Minnie Pearl

Queremos novamente, como é um trabalho de estudo, destacarmos aqui uma citação de outro filósofo, Voltaire, a título de reflexão sobre o assunto que trataremos a seguir sobre : A alma dos animais.

” Os filósofos dizem-me: Não vos enganeis, o homem é inteiramente diferente dos outros animais, tem uma alma espiritual e imortal (…). Escuto esses mestres e lhes respondo, sempre desconfiando de mim mesmo, mas nem por isso confiando neles. Se o homem tem uma alma, tal como assegurais, devo crer que este cão e esta toupeira têm uma semelhante. Todos me juram que não. Pergunto-lhes qual a diferença que existe entre este cão e eles. Uns respondem este cão é uma forma substancial; outros me dizem: Não acrediteis nisso, as formas substanciais são quimeras; este cão é uma máquina como uma manivela. Pergunto ainda aos inventores das formas substanciais o que entendem por essa expressão, e como só me respondem com galimatias, volto-me para os inventores das manivelas e lhes digo: se estes animais são puras maquinas, certamente sereis em comparação com eles, apenas como um relógio de repetição em comparação com a manivela que falais; ou, se tendes a honra de possuir uma alma espiritual, os animais terão uma também, pois são tudo o que vós sois. Possuem os mesmos órgãos com os quais tendes sensações, e se não lhes servirem para a mesma finalidade, dando-lhes tais órgãos Deus terá feito uma obra inútil.(...) Mas de acordo com vossa própria opinião, Deus nada faz em vão. Escolhei, portanto: ou atribuís uma alma espiritual a uma pulga, a um verme, a um bicho do queijo, ou sois autômato como eles. (…) Portanto, esses órgãos dos sentidos são dados apenas para o sentimento, donde se conclui que os animais sentem como nós e, assim, só um excesso de vaidade ridícula pode levar os homens a se atribuírem uma alma de uma espécie diferente daquela que anima os brutos.”(Voltaire)

Algumas pessoas, até bem pouco tempo atrás, ficaram maravilhas com a “des-coberta” da alma animal; surgiram livros e livros desvelando as verdades da alma animal e ainda assim alguns ainda acreditaram que essa alma , assim como uma gota d’água, desaparecesse na imensidão da Luz Divina, tal como a pequena gota que se junta ao mar. Mas aceitamos que a alma animal existe e tal como a do homem, não desaparece, mas fica aos cuidados dos mentores encarregados de seu reencarne, os irmãos zoófilos.Está, tal como tantas outras palavras, acabou perdendo seu sentido principal, e acabou perecendo nos lábios humanos. Porém, a palavra grega nos traz a lembrança de seu primeiro conceito Zôo(animais), Filo, de filosofia( amigo de, amante de), aquele que gosta de, no caso da filo-sofia, amante da sabedoria, ou aquele que gosta da sabedoria e no caso do Zoófilo, aquele que é Amigo, que gosta de animais.

Sobre os animais:
597. Se os animais têm uma inteligência que lhes dá uma certa liberdade de ação, há neles um princípio independente da matéria?
R. Sim, e que sobrevive ao corpo.

Tal como nós os animais sobrevivem à morte do corpo, é certo que a parte mais importante para nós é o lado espiritual, porém quando encarnados necessitamos cuidar do corpo que usamos para poder evoluir, o mesmo ocorre com os animais, não nos basta a preocupação com suas almas eternas se não respeitarmos seus corpos quando caminham ao nosso lado, tão materiais e sensíveis a dor quanto os nossos. Agora sabemos que eles possuem um princípio inteligente que vem de Deus, que são nossos irmãos, o que nos falta para mudar em relação a eles?

597-a) - Será esse princípio uma alma semelhante à do homem?
R. “É também uma alma, se quiserdes, dependendo isto do sentido que se der a esta palavra. É, porém, inferior à do homem. Há entre a alma dos animais e a do homem distância equivalente à que medeia entre a alma do homem e Deus.”

Como entender a resposta a partir do princípio que reconhecemos que Deus é pura bondade, de que Deus é amor e que estamos distante Dele o mesmo que os animais estão de nós, qual será a nossa atitude diante disso? Seremos o que optarmos, é claro, e optamos sempre pelo mais fácil, ou seja, sermos tiranos daqueles que acreditamos que sejam nossos inferiores. Se, na escala da reposta, os animais estão para nós como nós estamos para Deus, nos vemos também como seres inferiores diante Dele, no entanto Ele nos trata com carinho e amor de Pai. Inferioridade não é sinal verde para que o ser em questão seja maltratado ou ultrajado. Sem usar a desculpa de que somos seres em aprendizado - para muitos seremos eternamente seres em aprendizagem, isso claro, senão começarmos a nos modificar agora enfrentando nossos medos e ideologias -, o que somos nós para os animais senão deuses, na escala que o próprio espírito nos forneceu ao citar a distância que medeia nossas almas, transportando para nossos ombros humanos essa imensa responsabilidade?
E que tipo de deuses nós somos para os animais?
Verdugos cruéis que não respeitam sua “inferioridade”, inferioridade que nós lhe impomos baseada em nossa visão de nós mesmos, ou realmente deuses de amor e compaixão? 

598. A alma dos animais conserva, após a morte, sua individualidade e a consciência de si mesma?
R. Sua individualidade, sim, mas não a consciência de seu eu. A vida inteligente continua no estado latente.

Estudos: Estudos nos mostram que muitos animais se reconhecem diante de espelhos, o que significa consciência de si mesmo. Durante uma palestra sobre a senciência animal, a Dra. Irvênia Prada referiu-se a um experimento realizado com chimpanzés. Os mesmos foram dopados, maquiados, fitas foram colocadas em suas cabeças, seus corpos foram marcados com tinta e foi aguardado que acordassem. Um a um eles acordaram e ao se olharem nos espelhos começaram a tirar as fitas e a limpar as marcas feitas em suas caras, marcas essas que eles só podiam ver através do espelho. Noutro experimento, fizeram uma pequena mancha numa fêmea de elefante e a colocaram de frente a um espelho, com a tromba ela alcançou o lugar da pintura a fim de limpá-lo. Seria possível que seres que se reconhecem enquanto encarnados, ao desencarnar perdessem a capacidade de se auto reconhecer quando no lado espiritual? Lembrando que nossa evolução é feita de cada passo de nosso aprendizado, que nada é perdido e todas as experiências é que nos impulsionam adiante e, além de tudo , não apenas nós evoluímos, toda a Terra evolui; como então o animal desencarnado poderia perder a consciência de si, já conquistada no plano material? Esse exercício de lógica pode nos mostrar que : não, o animal não perde a consciência de sua existência, diferentemente dos seres humanos ele não sabe onde está ou porque ali está, mas se mantém , até ser preparado para a próxima reencarnação, como o ser que se reconhecia quando encarnado, doutro modo seria ele como a gota de água no oceano, irreconhecível para os demais e para si mesma. A consciência que ele perde é o adormecimento – perda da consciência ativa- no qual é muitas vezes colocado até o próximo reencarne, apenas isso, e não a consciência de tudo que aprendeu enquanto encarnado

599. A alma dos animais tem a escolha de encarnar em um animal em vez de outro?
R. Não; ela não tem o livre-arbítrio.

Simplesmente por estarem em um grau de evolução onde os mais capacitados sabem o que vai lhes ser melhor, muitas vezes não encarnam os humanos sem poder também escolher suas lutas, mais por imposição do que por escolha, porque sabem os espíritos superiores a necessidade de cada um?

Referência Bibliográficas
Alan Kardec – Livros dos Espíritos
Voltaire – Dicionário Filosófico


Simone Nardi



Redação do Informativo Irmãos Menores Animais

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